O ex-secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller voltou a alfinetar o ministro da pasta, Carlos Fávaro (PSD), a quem ele acusa de ter toda a culpa dos problemas causados pelo leilão do arroz. “Na ânsia de fazer média política, o ministro Fávaro insistiu nessa pauta, gerando toda a lambança que vimos”.
O leilão a que Geller se refere foi anunciado em maio de 2024, logo após as enchentes no Rio Grande do Sul, estado que mais produz o grão no país. Na época foi anunciado que o objetivo do certame era evitar a alta nos preços do alimento.
Foi anunciada a compra de 263 mil toneladas de arroz pelo Governo Federal quando surgiram denúncias sobre a capacidade técnica de algumas das empresas vencedoras, além de favorecimento a uma das intermediadoras, que tem como sócio o ex-assessor de Neri, Robson França. Em meio à confusão, Geller acabou exonerado.
“Desde o início das discussões, antes mesmo da enchente, não fui consultado pelo ministro Fávaro, o que deixou evidente um desnecessário ‘quezinho’ de ciumeira”, contou Neri em entrevista ao programa Conexão Rural.
“O presidente Lula foi mal-informado. Desde o início, tanto minha posição quanto a do Ministério da Fazenda foi contrária à importação. Mas, na ânsia de fazer média política, o ministro Fávaro insistiu nessa pauta, gerando toda a lambança que vimos”, criticou.
“Em uma reunião com o presidente Lula, ministros e técnicos do Ministério da Fazenda, deixei claro que o preço do arroz é globalizado e que o leilão geraria especulação, desequilíbrio e insegurança no fornecimento, sem impacto real na inflação”, enfatizou.