O deputado estadual Júlio Campos (União) defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a importância de um centro democrático para superar a polarização política no Brasil. As declarações ocorreram durante evento em celebração aos 35 anos da Constituição de Mato Grosso, na manhã desta segunda-feira (18), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). O evento contou com a presença de autoridades locais, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Gilmar Mendes. Júlio Campos rejeitou a ideia de que Bolsonaro teria agido de forma radical.
“Não, Bolsonaro, porque ele foi quatro anos presidente, e nos quatro anos dele não teve nenhuma arbitrariedade”, afirmou o deputado. Campos também destacou que, no dia 8 de janeiro, quando ocorreu a invasão das sedes dos Três Poderes, Bolsonaro não estava no Brasil e disse não acreditar que o episódio tenha ocorrido a mando dele.
“E o ataque da semana passada foi obra de um homem com transtornos mentais”, argumentou, referindo-se ao atentado terrorista em frente próximo ao ao Supremo Tribunal Federal (STF), que resultou na morte de Francisco Wanderley Luiz.
O deputado observou que a polarização política no Brasil é um fenômeno preocupante e afirmou que, para superá-la, é necessário adotar uma postura de “bom senso e equilíbrio”.
“Lamentavelmente existe uma radicalização no Brasil, entre a direita e a esquerda. E nós temos que ter bom senso e equilíbrio, e ser um político como eu de centro democrático e que defende essa instituição em plena carga.” E emendou “alguns políticos radicais podem estar sigilosamente estimulando isso, mas a maioria é contra.”, apontou sem citar nomes.
Ele finalizou destacando que é importante estar atende aos riscos de pessoas que buscam, com a força mudar o regime brasileiro. Pois, para ele, o Brasil vive atualmente em um regime democrático pleno, com instituições funcionando adequadamente.
NOVA CONSTITUIÇÃO
Em sua fala, o deputado também abordou a necessidade de uma nova Constituição. Ele argumentou que, embora a Constituição de 1988 seja um marco importante, o Brasil já passou por inúmeras emendas que a modificaram substancialmente. “A Constituição de 1988 já foi alterada diversas vezes. Está na hora de pensarmos em uma nova Carta Magna”, disse.
Ao destacar a relevância histórica da Constituição atual, Júlio Campos lembrou que, entre os constituintes originais que representaram Mato Grosso, poucos ainda estão vivos, e que ele próprio é um dos últimos políticos ativos dessa época. “De todos os constituintes que representaram Mato Grosso, quase nenhum está mais vivo, e eu sou o único que continua na política”, concluiu.