O governador Mauro Mendes (União) disse na quinta-feira (23) que a militância ambientalista adere a narrativas que estão descoladas da realidade para se manifestar contra a construção da Ferrogrão, rodovia que promete ligar a cidade de Sinop, no Nortão e Mato Grosso, até os portos de Miritituba, no Pará.
Durante a sua participação no evento Agrofórum, realizado pelo banco BTG Pactual, o governador disse que já chegou a ser questionado, em entrevista para a imprensa nacional, se índios morreriam por conta da construção da ferrovia.
“Um dia eu participei de um programa nacional (e o entrevistador perguntou): ‘Ah, mas vai matar índio?’. Que loucura falar que vai matar índio para fazer uma Ferrogrão. Ela passa em mil quilômetros (de distância) praticamente 99% (da ferrovia) ao longo da faixa de domínio de uma BR já existente”, disse Mauro.
“Que o Macron queira jogar contra o Brasil, okay, ele defende os franceses. Agora, que a imprensa brasileira, que os políticos brasileiros, que as autoridades desse país entrem nisso, embarquem nisso, aí já é um problema nosso”, acrescentou o governador, em referência ao presidente da França, Emmanuel Macron.
O projeto está paralisado em razão de uma ação movida pelo Psol, partido da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Supremo Tribunal Federal (STF). Com 933 km de extensão, a Ferrogrão é considerada pelo setor do agronegócio como fundamental para melhorar o escoamento e exportação da produção de Mato Grosso.
Atualmente esse transporte é feito por carretas movidas a óleo diesel, que trafegam pela rodovia federal BR-163. Em sua fala, o governador ressaltou que o modal rodoviário é muito mais poluente e apontou hipocrisia nos ambientalistas que são contra a rodovia.
“Quando se fala em ferrovia, ambientalista falar contra a ferrovia, isso é a maior hipocrisia que existe porque é impossível você defender que você tenha que transportar com milhares de carretas, queimando milhões de litros de óleo diesel, fazendo milhões de emissão de CO2 na atmosfera quando a ferrovia é ambientalmente muito mais eficiente para transportar e é assim que é feito no mundo inteiro”, afirmou.
Para Mauro, essas narrativas são fabricadas no exterior, para atender os interesses de concorrentes econômicos do Brasil, que tentam criar dificuldades para que o país desenvolva ainda mais sua capacidade de produção e sua capacidade de escoamento do que é cultivado aqui.
“Dificilmente alguém no mundo vai conseguir competir conosco aqui se (a gente) melhorar a nossa logística. Por isso que muitos tentam barrar isso porque sabem que da porteira para dentro, como historicamente é dito, nós somos muito eficientes e competentes”, concluiu.